No momento em que o Brasil enfrenta a pior crise de saúde pública, Londrina não é exceção

O isolamento social, somado aos demais cuidados necessários para diminuir o contágio, chegou primeiro que as políticas públicas integradas, tão necessárias para não matar os mais pobres de fome, principalmente os informais, população de rua e moradores dos bolsões de miséria, onde estão principalmente, negros e negras, idosos que vivem sozinhos ou que têm sob suas responsabilidades o cuidados dos netos e netas, além das mulheres chefes de família. Muitas destas famílias vivendo em casas pequenas, de dois cômodos no máximo e muitas delas sem divisão, o que dificulta o distância entre as pessoas e também o cuidado com a higiene. A alimentação precaríssima, quando tem, porque as pessoas viviam de rendas informais (bicos, diárias, coleta de recicláveis) que viram desaparecer de um dia para o outro. As pessoas estão assustadas e desorientadas. Nos deparamos com rostos tristes e até envergonhados por dependerem neste momento de doação de alimentos e não conseguirem mais prover o mínimo necessário ás suas famílias. Nossa arrecadação é modesta, mas tem feito diferença para várias famílias. Estamos arrecadando a partir da casa de companheiros e companheiras da CMP, que fazem a coleta entre suas famílias, vizinhos e alguns poucos comerciantes. Dividimos o que recebemos de acordo com o número de pessoas na família. Se temos apenas um idoso, levamos uma quantidade que seja suficiente para se alimente tranquilamente por uns quinze dias ou um pouquinho mais, se é uma família com crianças, priorizamos com um pouco mais de leite, bolachas e doces, assim, fazemos de forma que estas pessoas se alimentem até que tenhamos novas arrecadações. No mês de março atendemos em torno de 50 famílias, neste mês já dobramos nossa meta. Como esta situação não se modifica de um mês para o outro, nossa capacidade de ampliação é pequena, porque a família que recebe a cesta, passado duas semanas, já está novamente com a mesma necessidade. Temos feito o trabalho em parceria com outras entidades, assim nosso risco é menor de que uma família receba de duas organizações e uma outra fique sem nada. Aqui as paróquias, igrejas evangélicas, pastorais, Cáritas, movimentos sociais, têm se mobilizado bastante, além das contribuições valorosas do MST. Para muitas destas famílias, levamos também máscaras, que nós mesmo confeccionamos, e estamos providenciando um pouco mais. Outras necessidades surgem e vamos nos virando como possível. Tivemos esta semana o nascimento de uma criança, foi necessário o berço, fraldas, roupinhas, coberta, materiais de higiene e um reforço na alimentação da mãe. A alegria da família mesmo diante de tantas dificuldades, nos mostrou o valor da vida. A economia, então né. Tudo deu certo. Vamos vencer o vírus e construir uma sociedade melhor.

Londrina tem 90 casos confirmados, sete em isolamento domiciliar, 10 internados, 65 recuperados e oito mortes. Em Londrina, 7.2% é o índice de mortalidade por COVID-19.

O número de pacientes em investigação permanece 44, assim como o número de casos descartados: 768.

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