CMP transforma ocupação em espaço de solidariedade no Centro de São Paulo

Em tempos de grave crises sanitária, econômica, política e social como a que o país enfrenta por causa do projeto ultraliberal e a pandemia do novo coronavírus, os movimentos populares urbanos são grande exemplo de solidariedade para com o povo empobrecido e explorado pelo capitalismo e a especulação imobiliária.

O casal Lisiene Aparecida Costa e José Sabino Martins, moradores da ocupação da rua Martins Fontes, 180, no Centro da Capital de São Paulo, é exemplo dessa solidariedade de classe. Na ocupação, num prédio de nove andares, residem desde 02 de outubro de 2011, 45 famílias sem teto. É uma ocupação coordenada pelo Movimentos de Moradia do Centro (MMC), filiado à CMP.

Desde que foi estabelecido o isolamento social como forma de diminuir os risco da contaminação pela Covid-19, as pessoas que vivem situação de rua – e que antes da chegada da Covid-19 tinham como meio de sobrevivência restos de comida ou até mesmo ajuda de restaurantes e bares – têm agora aumentadas suas necessidades devido à diminuição do fluxo de pessoas que circulam diariamente pela região central de São Paulo, em razão do fechamento do comércio, lojas e repartições públicas. Essas famílias ficaram à mercê da própria sorte.

Sensibilizados com a situação dessas pessoas, Lisiene e José Sabino resolveram arregaçar as mangas e, com a ajuda dos próprios moradores e de restaurantes do entorno onde conseguem doações, começaram no dia 03 de abril na ocupação, a fazer e servir almoço e sopa no jantar, ambas em marmitex, uma forma mais prática e também uma medida para se evitar o contato, uma medida recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Lisiene conta que “na primeira semana foram atendidas 20 pessoas no almoço e 35 no jantar, mas hoje estamos distribuindo as marmitas dia sim dia não, com uma demanda de atendimento de quase 70 pessoas por dia”.

Para Gegê, membro da direção nacional da CMP e coordenador do MMC, a iniciativa “é fundamental e demonstra a solidariedade de classe, o que é muito importante diante das omissões dos governos com a situação do povo de baixa renda, desempregado ou em situação de rua”.

“Nós, dos movimentos populares, estamos enfrentando as dificuldades ao lado do povo brasileiro, como sempre fizemos, mas é preciso os governos cumprirem com suas responsabilidades”, destaca Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares.

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