Movimentos populares reforçam solidariedade com a distribuição de toneladas de alimentos pelo país

A distribuição de 1.059 cestas básicas, só nesta semana, se soma à ação de solidariedade que a Central de Movimentos Populares (CMP) está promovendo em todo o Brasil. Por meio da campanha “Movimentos Contra a Covid-19”, desde o começo de abril até agora a campanha conseguiu abrir 92 pontos de arrecadação e distribuição de alimentos e materiais de higiene e limpeza. Foram quase 1.300 toneladas de alimentos entregues à população em situação de vulnerabilidade, como famílias que vivem nas favelas, ocupações, cortiços e periferias das cidades onde a CMP atua diretamente ou por meio de suas organizações filiadas. A Campanha “Movimentos Populares Contra a Covid-19”, integra a rede de solidariedade “Vamos Precisar de Todo Mundo”, das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Entidades se unem em ação no Grajaú

Nesta sexta-feira (15), mais uma mobilização reforçou as ações de solidariedade promovidas pela CMP que, em parceria com o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) e o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro), vendeu 43 botijões de gás de cozinha a um valor de R$ 40 reais, no bairro do Grajaú. Além de promoverem solidariedade as entidades dialogaram com a população local sobre o “abuso do preço do botijão praticado pelo governo Bolsonaro. Em alguns locais chega ao valor absurdo de R$ 80 reais”, explica Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP.

Outra ação da CMP e do MAB no Grajaú é a organização de 2 grupos, cada um com 20 famílias, para fortalecer a estruturação territorial. “Precisamos descentralizar as ações de solidariedade e enraizar a organização popular de base. Isso será importante para as lutas que teremos que travar agora, durante a pandemia do coronavírus, e pós- pandemia”, afirma Uranide Sacramento Cruz, a Nani, da direção nacional da CMP, moradora de Grajaú e uma das coordenadora da ação.

Fora Bolsonaro

“Em meio à maior crise sanitária, econômica e social de nossa geração, com mais de 212 mil pessoas contaminadas pelo coronavírus e mais de 14 mil mortes, o que temos é mais uma queda de ministro da Saúde, em menos de um mês, e um governo incapaz de olhar para a população mais carente, que vive o drama da fome e a humilhação de esperar o pagamento do auxilio emergencial”, analisa Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP.
Bonfim reafirma o compromisso da entidade com a população mais vulnerável e cobra ações imediatas do governo federal. “A CMP está ao lado do povo que mais precisa de apoio para suportar essa crise. Estamos na luta por direitos e para que o Estado assuma sua responsabilidade na garantia de condições de vida para a população”, garante.

Vaquinha online

Ele destaca que, além da distribuição de itens de alimentação e limpeza, o objetivo da entidade é prestar solidariedade às famílias mais empobrecidas, especialmente as que participam de movimentos populares e demais grupos das periferias. Para tanto, a Central de Movimentos Populares (CMP) criou uma conta em um site para arrecadação de recursos e, assim, alavancar a ajuda às famílias. Para contribuir, basta acessar: http://vaka.me/978192

A iniciativa de arrecadação online é mais uma ação que integra a campanha “Movimentos Populares Contra a Covid-19”, que conta com a participação das entidades filiadas à CMP em todo o Brasil. Por meio da campanha, já foram entregues 64.129 cestas básicas, o que corresponde a 1.282 toneladas de alimentos, além de marmitex, máscaras, sabão líquido, entre outros itens. Todas as informações sobre a campanha estão disponíveis no site: http://www.movimentoscontracovid19.com

“Nossa iniciativa visa conseguir arrecadar recursos para viabilizar a distribuição de cestas básicas de alimentos e produtos perecíveis, que garantam a ‘mistura’ na refeição, além de materiais de higiene e limpeza”, explica Raimundo Bonfim.

Exclusão e humilhação

Pesquisa feita pela Prefeitura de São Paulo comprova que a pandemia está ligada à questão social e racial, dando conta de que 62% dos negros tem mais chances de morrer do que os brancos em São Paulo, e os pobres moradores de favelas, cortiços e periferias são mais atingidos que os moradores de bairros nobres. Bonfim assinala que “também é urgente e necessário que os governos tomem medidas para acabar com a violência doméstica contra as mulheres, que tem aumentado nesse período de isolamento social, e acolher as que sofrem com essas agressões”

“O nosso esforço é para reverter essa exclusão social evidenciada pela pandemia do novo coronavírus. É nossa tarefa, como entidade, e é obrigação dos governos adotarem medidas especiais de proteção aos mais vulneráveis”, afirma Raimundo Bonfim.

Ele ressalta que, entre os pontos fundamentais defendidos pela entidade está o pagamento do auxilio emergencial para todas as famílias em situação de alta vulnerabilidade e denuncia a situação “humilhante” a que muitos estão sendo submetidos para receberem o recurso. “As pessoas estão se aglomerando em filas nas portas dos bancos, dia e noite. É urgente o governo resolver essa situação”, cobra.

A CMP defende o auxílio emergencial, enquanto durar o estado de calamidade pública, para as 80 milhões de pessoas cadastradas que têm direito a recebê-lo, além de teste de Covid-19 para todas as pessoas que apresentarem sintomas, bem como fila única para terem acesso aos leitos, “pois saúde é direito e não mercadoria só para os ricos terem acesso”, destaca Bonfim.

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