Com a mistura de golpismo e corrupção, lembranças da ditadura voltam ao presente das Forças Armadas

Nesta quarta-feira (8/7), a CPI da COVID-19 voltou ao centro das atenções com a reação da cúpula das Forças Armadas às investigações de corrupção em pastas comandadas por militares da ativa, como era o caso do Ministério da Saúde liderado pelo General Eduardo Pazuello. Apesar dos fatos gravíssimos que indicam a existência de esquemas de corrupção na compra de vacinas em meio a uma pandemia que já matou quase 530 mil brasileiros, os militares mandaram seu recado: prometem uma reação “mais dura” caso a CPI volte a citar suspeitas de corrupção que os envolvam. 

Ninguém sabe ao certo o que seria uma reação mais dura de uma instituição que sequer consegue cumprir bem com seus deveres constitucionais, como proteger as fronteiras brasileiras. Mas o recado foi claro: entre a defesa do Estado Democrático de Direito e a política genocida e corrupta de Bolsonaro, os militares ficam com esta última.  

Infelizmente, isso não é novidade na história brasileira. Livros como “Estranhas Catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988” apontam que, ao contrário do senso comum propagado pela direita, no Regime Militar havia mais corrupção no Brasil, justamente pela ausência de instrumentos de fiscalização e controle com autonomia para proceder investigações e fazer acusações contra as práticas ilegais. Ao que parece, esse é o projeto dos militares: transformar as Forças Armadas num verdadeiro partido militar, que combina as políticas neoliberais de privatização e concentração de renda com um autoritarismo que favorece a corrupção.

Diante disso, a Central de Movimentos Populares (CMP) manifesta profunda preocupação com mais essa ameaça à democracia brasileira e conclama, à sociedade brasileira e aos milhares de movimentos populares, organizações sociais e forças políticas comprometidos com um projeto democrático e popular para o país, a seguirmos nas ruas em defesa da continuidade das investigações da CPI da Covid-19, com indiciamento dos responsáveis pelas milhares de mortes no país, além de cobrar a resposta da Câmara dos Deputados aos mais de cem pedidos de impeachment de Bolsonaro que seguem sem análise.

Por vacina já, auxílio emergencial de R$ 600 e Fora, Bolsonaro!

Central de Movimentos Populares

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