
Um projeto que estimula o empreendedorismo feminino está sendo consolidado no estado do Pará com a participação de 50 mulheres da Ilha do Mosqueiro, localizada em Belém, capital do estado, e do assentamento Girassol, no município de Ananindeua, também no Pará. O projeto, que tem à frente a direção estadual da Central de Movimentos Populares (CMP) e que conta com o apoio do CESE, ONG Girassol e Instituto de extrativista das ilhas de Belém, iniciou-se há um mês e tem como objetivo contribuir para o empoderamento das mulheres e a promoção da autoestima, por meio do empreendedorismo.

Na semana passada, o encontro com os grupos de mulheres que participam desta iniciativa serviu para a troca de experiências e identificação das ideias e anseios de cada uma. Segundo Marilda Cohen, da direção estadual da CMP-PA, nesta primeira etapa do projeto, a ideia é organizar os grupos produtivos, descobrir a aptidão de cada uma das participantes, bem como promover capacitação profissional nos segmentos de costura, cozinha e agricultura familiar, que desenvolve o cultivo de produtos orgânicos, além de trabalhadoras de outros segmentos que integram o projeto.

Marilda Cohen informa que a coordenação do projeto está em contato com a Secretaria do Trabalho do Estado em busca de acesso à assessoria jurídica específica, relativamente à orientação sobre documentação necessária para os trâmites de abertura de microempresa, acesso a políticas públicas, entre outros direitos.
“Essa iniciativa é muito importante porque, além de emponderar e promover a autoestima, faz girar a economia com o trabalho de mulheres com condições de chefia de família, por meio do empreendedorismo, sob a estratégia da Economia Solidária. É o pequeno ajudando o pequeno”, destaca Marilda Cohen.

Desde que o projeto nasceu, já foram realizadas algumas rodas de conversa com as mulheres da Ilha do Mosqueiro e do assentamento Girassol. Nesses eventos, um tema de abordagem frequente é a total ausência e abandono do governo federal sofrido pelas pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Enfrentamos desafios, estamos perdendo nossas conquistas e não temos nenhum tipo de apoio do governo federal. Precisamos de acesso a linhas de crédito, com juros justos”, afirma Marilda Cohen.
