Conferência Popular pelo Direito à Cidade chega ao fim com propostas para combater desigualdades

A Central de Movimentos Populares (CMP) e mais 600 entidades de movimentos sociais, redes, fóruns, coletivos e grupos territoriais de todos os estados do Brasil, incluindo o Distrito Federal, participaram no último final de semana da Conferência Popular Pelo  Direito à Cidade, em São Paulo. Após três dias de debates, o encontro chegou ao fim neste domingo (05) com a construção de uma plataforma de lutas voltadas ao combate às desigualdades econômicas, sociais, de gênero e racial, a fim de construir cidades mais inclusivas.

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP, destaca que o evento foi um grande sucesso e contou com a participação de mais de 700 pessoas. “Nosso encontro elevou o nível de organização, formação e mobilização. Saímos deste processo muito mais fortalecidos. Queremos a retomada dos nossos direitos e vamos resgatar nossas cidades como lugares de vida em comum, onde todas e todos podem ser socialmente iguais, humanamente diferentes e livres da opressão, exploração e discriminação. Em breve vamos divulgar o documento que aprovamos ao final dos debates”, disse.

A Conferência teve inicio na sexta-feira (03) quando mais de 2 mil pessoas saíram do Largo do Paissandu e marcharam pelas ruas de São Paulo por direito à cidade. “Nossa ação foi inédita do ponto de vista da participação diversificada de diversos sujeitos envolvidos. Durante a Marcha, protestamos em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, Caixa Econômica Federal e da Bolsa de Valores, denunciando o sistema financeiro. Não vamos assistir os direitos fundamentais da população como educação, saúde, alimentação, moradia e segurança, serem violados”, disse o coordenador da CMP.

Ainda na sexta-feira, logo após a Marcha, o salão nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo  (USP) foi palco da abertura oficial da Conferência. Para os organizadores do evento, o capitalismo, o racismo e o patriarcado são fatores determinantes que geram pobreza, fome, desemprego e exclusão social nas cidades.

“Debater o tema do direito à cidade no salão nobre da Faculdade de Direito foi algo muito simbólico para os movimentos que lutam pelo fim das desigualdades sociais e garantias de direitos. O momento de fortalecer a luta contra esta visão capitalista e racista que nega o direito à cidade para a maior parte da população brasileira é agora. Estamos a quatro meses para as eleições e vamos colocar os problemas das cidades no debate eleitoral”, disse.

Dando sequência a agenda de atividades, no sábado (4) a Conferência Popular pelo Direito à Cidade realizou mais de 16 oficiais temáticas em diferentes pontos da cidade. “Diversos dirigentes, lideranças e a militância da CMP de todo o país participaram das atividades. Foi um tempo muito precioso e agora muitos voltam aos seus estados cheios de experiências e prontos para colocar a pauta das cidades no cenário político eleitoral próximo”, contou Raimundo.

Antes de finalizar, Raimundo Bonfim lembra que para a realização da Conferência Popular pelo Direito à Cidade ocorreram 232 eventos preparatórios, envolvendo milhares de pessoas que debateram todos os aspectos das cidades. A CMP realizou também no final do mês de abril um Seminário com algumas de suas experiências no combate às desigualdades na cidade.

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