CMP repudia profundamente o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips e se junta à luta por justiça

A Central de Movimentos Populares (CMP) manifesta seu mais profundo pesar e indignação diante de mais um crime bárbaro contra ativistas por justiça social, ambiental e direitos humanos no Brasil. Com muita tristeza e indignação, manifestamos nossos sentimentos a familiares, amigos/as e companheiras/os de luta do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. A crueldade do crime, o descaso do governo brasileiro e autoridades e as causas dos assassinatos, relacionadas ao avanço do capital em sua forma mais perversa de acumulação no país tornam o sofrimento e dor das pessoas próximas das vítimas e ativistas do Vale do Javari ainda mais profundos. Diante da barbárie que avança, nos somamos às milhares de vozes indignadas contra a face miliciana e criminosa do Brasil governado por Bolsonaro. 

Manifestamos nossa solidariedade também a quem está na linha de frente da luta por justiça, no caso, as comunidades indígenas do Vale do Javari e a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), responsáveis pelas buscas dos desaparecidos nos últimos dias e que enfrentam o crime organizado diariamente na região. 

Há muitos indícios de participação de autoridades e agentes estatais no avanço do crime na região amazônica. Não podemos nos calar diante do verdadeiro desmonte de um Estado apoiado nos direitos, contraposto por um Estado miliciano que promove garimpo ilegal e faz passar a boiada pelo uso da serra elétrica e da bala. A luta por justiça é uma luta de toda sociedade brasileira! Precisamos dar um basta no fascismo miliciano que mata diariamente, no campo e na cidade. 

Exigimos justiça! Que se investiguem as causas do crime, os mandantes, as organizações criminosas envolvidas no avanço do capital na Amazônia e a penetração de interesses privados nas instituições públicas. A Fundação Nacional do Índio se tornou uma agência de promoção de interesses espúrios, e deve ser igualmente investigada. Exigimos uma CPI da Funai, que investigue as relações do agronegócio, de igrejas e milicianos com a fundação. Exigimos também demarcação das terras indígenas e proteção às lideranças e comunidades que lutam cotidianamente por justiça social e ambiental na Amazônia. 

Bruno Pereira e Dom Phillips, presente!

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