A Central de Movimentos Populares (CMP) e demais organizações realizaram na quarta-feira (26) atos em todo o Brasil contra a ameaça de despejos de quase 1 milhão de pessoas. Na próxima segunda-feira (31), termina o prazo da ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, no Supremo Tribunal Federal, que impede despejos e desocupações durante a crise social e sanitária no país. Caso a medida não seja prorrogada, 188.621 famílias correm o risco de serem retiradas à força de suas casas e jogadas na rua.
Em São Paulo, a concentração dos movimentos populares do campo e da cidade aconteceu na Praça da República, no centro da capital paulista. Benedito Barbosa, o Dito, coordenador da Central de Movimentos Populares em São Paulo e da coordenação da Campanha Despejo Zero, destaca que o preço dos alugueis aumentaram muito nos últimos anos e os trabalhadores estão sem renda para arcar com a moradia. “A quantidade de pobres e miseráveis saltou durante a pandemia. O desemprego está associado a esse número altíssimo de pessoas ameaças de despejo. Os trabalhadores tiveram ainda uma redução muito grande da renda com o aumento da informalidade. Isso está gerando uma tragédia enorme com impacto maior nas famílias de baixa renda”, disse.
Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP, pede sensibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que o Brasil está diante das eleições presidenciais. “Todo mundo sabe que um governo progressista tem mais condições de amenizar o drama das famílias sem-teto. É necessário que o STF prorrogue essa ação. São quase 1 milhão de pessoas que podem ficar nas ruas. Desse montante, 145 mil são crianças e 151 mil são idosos”, disse.
Após o segundo turno das eleições, no próximo domingo (30), o ministro Luís Roberto Barroso, que já prorrogou a ADPF 828 em outras ocasiões, vai se reunir com os movimentos populares em Brasília.
Veja abaixo imagens dos atos em São Paulo:
Crédito: Elineudo Meira
Central de Movimentos Populares 