A Campanha Despejo Zero, articulação nacional que congrega a Central de Movimentos Populares (CMP) e mais de 175 organizações e movimentos urbanos e rurais, se reuniu na quarta-feira (7), em Brasília (DF), com representantes do governo de transição para apresentação das medidas urgentes e estruturais, para enfrentamento dos despejos e seus impactos no Brasil
A agenda, que teve como um dos coordenadores Raimundo Bonfim, coordenador da CMP, na condição de representante do Conselho de Participação Social do governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva, aconteceu no Cultural Banco do Brasil e contou com representantes dos diversos grupos de trabalho temáticos.
O levantamento mais recente da Campanha Despejo Zero estima que subiu para 201,3 mil o número de famílias ameaçadas de despejo no Brasil entre março de 2020 e outubro de 2022. Entre as atuais 898.916 pessoas, cerca de 600 mil são negras, 154 mil são crianças e 151 mil, idosas. O estudo também revela que mais de 40% das famílias recebem até um salário mínimo (R$ 1.212). O estado com a maior população em risco é São Paulo, com cerca de 57 mil famílias, seguido pelo Amazonas, com 28 mil.
Para Raimundo Bonfim, o encontro ficará registrado na história da luta por direitos. “Os movimentos e entidades apresentaram ao nosso Conselho de Participação Social e aos GTs de Cidades, Agrário e Direitos Humanos propostas emergenciais e estruturais para enfrentar o grave problema social dos despejos, que atinge cerca de 1 milhão de pessoas. Para enfrentar essa situação é preciso medidas no campo judicial. Além disso, o Brasil precisa gerar emprego, renda e retomar e avançar numa política urbana e de construção de moradias populares, importantes tarefas do governo Lula a partir de janeiro de 2023”, disse.
Confira abaixo a carta da Campanha Despejo Zero entregue a equipe de Transição do Governo Lula.