Contra a violência, o feminicídio, a misoginia e o fascismo, o Coletivo de Mulheres da Central de Movimentos Populares (CMP) foi às ruas neste 8 de março em diversas cidades do País. Segundo o coletivo, o dia não foi de comemoração, mas sim de luta e união.
Em São Paulo, o ato ocorreu no fim da tarde de quarta-feira no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, convocado por movimentos populares, sociais, sindicais e estudantis. Entre as principais reinvindicações estavam a defesa da democracia e a luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades.
A professora Genilce Gomes, integrante do Coletivo de Mulheres da CMP, explica que desde janeiro os movimentos populares e sindicatos começaram a programar os atos deste 8 de Março. “Escolhemos as pautas e bandeiras de forma unitária. Fomos às ruas contra a violência mulheres, desigualdade de gênero, fome e a favor do aborto. Os números recentes sobre o feminicídio são alarmantes. Não podemos aceitar viver com tamanha violência”, disse.
No começo deste mês de março, um estudo divulgado Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, estimou que duas mulheres são estupradas por minuto no Brasil. São quase 822 mil casos por ano.
A situação é ainda mais alarmante porque pouco mais de 33% das mulheres brasileiras com mais de 16 anos já sofreu violência física ou sexual de parceiros ou ex-companheiros ao longo da vida, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número, que equivale a mais de 21 milhões de vítimas, é maior que a média de casos no mundo, de 27%, conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde.
Apesar da vitória da democracia, a desigualdade nos cargos de chefia e falta de representatividade em setores da sociedade, principalmente o político, continuam. As mulheres esperam reverter o quadro, esperançosas com o novo governo Lula, que anunciou hoje em Brasília um pacote de medidas voltadas ao público feminino. A Coletivo de Mulheres da CMP esteve presente no evento (Veja imagens abaixo).
São 25 ações, como o lançamento do programa dignidade menstrual para mulheres em situação de vulnerabilidade, reforço das estruturas das delegacias de atendimento à mulher, criação do Dia Nacional Marielle Franco contra violência política, construção de Casas da Mulher Brasileira em capitais e no interior do país e produtos em condições especiais no Banco do Brasil, como linha de crédito com taxa menor para agricultoras familiares e empreendedoras.
“O dia Internacional das Mulheres para nós são todos os dias porque é a gente que faz tudo acontecer. E nós lutamos para sobreviver, sem um único dia de paz, mas com muita energia e disposição. Viva às mulheres do Brasil”, disse Neide Carvalho, coordenadora da CMP no Piauí.
Veja em imagens como foi o 8M do Coletivo de Mulheres da CMP
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