Raimundo Bonfim publica artigo na Revista Fórum sobre o aniversário de 470 anos de São Paulo; confira!

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares, publicou artigo na quarta-feira (17), na Revista Fórum, sobre o aniversário de 470 anos da cidade de São Paulo. Veja o texto abaixo na íntegra:

São Paulo: aos 470 anos, uma cidade abandonada

São Paulo comemora neste 25 de janeiro 470 anos de existência. A maior e mais dinâmica metrópole da América do Sul, centro financeiro do país, revelou uma vocação acolhedora desde o início de sua história, atraindo migrantes e imigrantes dos mais variados lugares, que vieram para cá em busca de melhores oportunidades de trabalho e condições de vida.

Milhões de brasileiros, grande parte deles do Nordeste, puderam aqui ajudar construir a cidade e a sua própria história e alguns deles acabaram se destacando e se projetando nacionalmente, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luiza Erundina e o presidente Lula, para citar apenas alguns dos mais conhecidos. Eu mesmo vim do Piauí com 18 anos de idade e nesta cidade construí minha trajetória pessoal, profissional (aqui me formei em direito e passei no exame da OAB) e política.

Mas São Paulo também é uma terra de contrastes, pois a riqueza que a cidade produz “ergue e destrói coisas belas”, como diz a canção. E, nos últimos anos, os governos de direita deixaram a metrópole praticamente abandonada, com problemas graves como o aumento da população em situação de rua, agravamento da crise na Cracolândia, enchentes, apagões, mobilidade urbana, especulação imobiliária irrefreável, ausência de políticas públicas para diminuir o déficit habitacional, infraestrutura em péssimas condições, saúde abandonada, além de precária zeladoria da cidade, com áreas inteiras ao deus-dará.

O drama das pessoas em situação de rua é um dos problemas mais graves da capital. São mais de 53 mil pessoas nessa condição, segundo o Observatório de Políticas Públicas da UFMG – um crescimento de 30% em três anos. Cerca de 40% dessa população está na região central e é alvo de recorrente repressão policial. Tanto o prefeito Ricardo Nunes como o governador Tarcísio de Freitas promovem apenas operações repressivas e violentas, dispersando os dependentes químicos da Cracolândia de um lugar para o outro, sem enfrentar o problema e implementar políticas de moradia, saúde e emprego para esta população. O prefeito Ricardo Nunes, inclusive, chegou a anunciar a internação compulsória de dependentes químicos, mas recuou após enfrentar forte pressão da sociedade civil e a reação do Ministério Público. A ausência de uma política pública efetiva e humanista para as PSR (Pessoas em Situação de Rua) afeta também o comércio e os habitantes do local, expostos à insegurança e à incerteza.

Mas essa tragédia vivida pelas pessoas em situação de rua não se resume à Cracolândia: a maioria delas é vítima do processo que transformou a moradia em uma mercadoria. São Paulo está refém da valorização do capital financeiro e do mercado imobiliário. Com isso, assistimos a uma verticalização galopante do tecido urbano – vide a recente revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo –, beneficiando grandes incorporadoras e a minoria, os ricos e a classe média alta. Na outra ponta, milhões de pessoas são obrigadas a viver em situação precária e, no limite, são abandonadas por falta de políticas públicas efetivas de habitação popular para a população com baixa renda – exceção feita ao programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

Os problemas aqui elencados, no entanto, vão muito além da questão dos sem-teto, atingindo vários setores da população em diversas áreas.

Nada exprimiu tanto a sensação de caos urbano quanto a situação vivida pelos paulistanos em novembro passado, quando quase 5 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica por dias, em razão dos fortes temporais que caíram sobre São Paulo e da falta de investimento em obras de combate às enchentes e poda e corte de árvores. Ricardo Nunes tentou jogar a culpa na Enel, a concessionária de energia elétrica da cidade; mesmo assim, como todo político de direita que se preze, o prefeito continua defendendo com unhas e dentes a bandeira da privatização de empresas públicas, como é o caso da Sabesp.

Os problemas de zeladoria também se acumulam na pauliceia desvairada. Um exemplo do abandono em que se encontra a cidade foi mostrado por uma recente reportagem da Folha de S. Paulo, que revelou que escorpiões, ratos e aranhas estão aparecendo em casas próximas a terrenos baldios tomados pelo mato na Zona Oeste. Os moradores do local estão assustados com os riscos e cansados de reclamar inutilmente para a prefeitura.

Má conservação de ruas e calçadas, acúmulo de lixo são as maiores reclamações de moradores de vários bairros paulistanos, e não apenas da periferia e das regiões mais pobres da cidade.

O governo Ricardo Nunes deixou de cumprir o que foi prometido na campanha de 2020. Segundo dados da própria prefeitura, das 86 metas do programa de governo de Bruno Covas, Ricardo Nunes conseguiu concluir apenas 11 delas, enquanto 20 ainda estão na estaca zero. Outras 55 estão “em andamento”, mas ninguém garante que serão concluídas até o fim do mandato de Nunes.

Na área da educação, dos 12 CEUs (Centros Educacionais Unificados) prometidos, a gestão Nunes entregou apenas quatro. Na área da saúde, a prefeitura implantou apenas nove de 15 UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) e nove dos 16 espaços destinados ao atendimento de saúde bucal.

O gargalo maior, porém, é a área de mobilidade urbana. A um ano para encerrar o mandato, o governo não cumpriu nem a metade de compromissos como recuperar 20 milhões de metros quadrados de vias públicas. Das 260 obras de manutenção, recuperação e reforço em pontes e viadutos, pontilhões, passarelas e túneis, apenas 59 foram realizadas.

Enquanto isso, São Paulo continua sendo a cidade que “não pode parar”, mas que está sempre parada por congestionamentos de trânsito…

O pior de tudo é que o prefeito não pode alegar escassez de recursos, pois não falta dinheiro para a prefeitura: a gestão Ricardo Nunes está com recorde de caixa, cerca de R$ 35 bilhões, segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda. O problema é que mais de metade desse valor está parado nos cofres municipais, sem previsão de investimentos: do total, 46% estão empenhados e 54% não têm nenhum projeto.

Para tapar o sol com a peneira, Nunes apela à demagogia, como o projeto de “tarifa zero” no transporte coletivo aos domingos e a execução simultânea e sem planejamento de várias obras para “mostrar serviço” em ano de eleição, conseguindo apenas aumentar o caos na cidade.

Mas não se pode realmente falar em incompetência; trata-se, na verdade, de uma “desordem organizada”, um projeto político direcionado à preservação dos interesses dos poderosos.

Apesar das desigualdades sociais, parabéns São Paulo pelos seus 470 anos! Que em outubro próximo mudemos de governo e, a partir de 2025, São Paulo tenha uma gestão que se preocupe com a maioria dos milhões de trabalhadores e trabalhadoras que constroem esta cidade e são responsáveis pela sua riqueza e pujança. Por uma São Paulo justa e democrática!

Cinco mais ricos do mundo dobraram fortunas em 3 anos; No Brasil, elite concentra cada vez mais renda

A fortuna dos cinco homens mais ricos do mundo mais que dobrou desde 2020, passando de US$ 405 bilhões para US$ 869 bilhões, a uma taxa de US$ 14 milhões por hora. No mesmo período, no entanto, quase 5 bilhões de pessoas ficaram mais pobres, segundo dados do relatório Desigualdade S.A., lançado na segunda-feira (15) pela Oxfam.

Segundo o documento, se a tendência atual for mantida, o mundo terá o primeiro trilionário em uma década, enquanto a pobreza poderá levar mais de 200 anos para chegar ao fim.

No Brasil, os dados também revelam desigualdade sem precedentes. Quatro dos cinco bilionários brasileiros mais ricos tiveram aumento de 51% da riqueza desde 2020. Enquanto isso, no mesmo período, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres. A pessoa mais rica do Brasil tem hoje fortuna equivalente ao que tem a metade da população mais pobre do Brasil.  Ou seja, 107 milhões de indivíduos. O rendimento das pessoas brancas, por exemplo, é mais de 70% superior ao das negras.

Para Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), a desigualdade no Brasil não é acidental. “O aumento da concentração de renda para poucos bilionários e o aumento da miséria para milhões, é resultado do sistema capitalista, responsável pela exploração, destruição do meio ambiente, aquecimento global, aumento da fome e pobreza”.

Renda dos mais ricos cresce três vezes mais do que restante dos brasileiros

Os dados do relatório Oxfam sobre concentração de renda no Brasil vão de encontro com a pesquisa do Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, divulgada nesta quarta-feira (17). O levantamento aponta que a renda da população mais rica do país cresceu, nos últimos anos, até três vezes mais do que os rendimentos da parcela mais pobre. A elite brasileira, que representa 0,01% da população e é composta por um grupo de 15 mil pessoas, viu a sua renda crescer em 95%, entre 2017 e 2022. Já a renda da maioria da população do país (95%) avançou, no mesmo período, 33%.

No grupo que representa 1% da população, formado por cerca de 1,5 milhão de pessoas, a renda média mensal em 2017 estava na casa dos R$ 52,5 mil. Em 2022, o valor saltou para R$ 87,7. O avanço foi de 67%. Por outro lado, a fatia referente a 95% da população do país recebia, em 2017, uma média de R$ 1.748 por mês. Cinco anos depois, a renda média cresceu para apenas R$ 2.332.

Combate à concentração de renda

Para a Oxfam, os governos devem assumir a responsabilidade diante desse cenário e reduzir a desigualdade, obrigando o mercado a ser mais justo e livre do controle dos bilionários. A entidade destaca que o Brasil e o mundo devem intervir para acabar com os monopólios, capacitar os trabalhadores, tributar super-ricos e empresas, com impacto sobre a riqueza permanente e sobre lucros excessivos. A estimativa é que um imposto sobre a riqueza dos milionários e bilionários poderia gerar US$ 1,8 trilhões por ano no mundo.

Raimundo Bonfim publica artigo no Brasil 247 sobre a importância de responsabilizar mandantes e militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), publicou novo artigo no sábado (13) no Brasil 247 detalhando a importância das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Em um ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 30 pessoas por participação nas invasões às sedes dos Três Poderes naquele fatídico domingo, com penas que variam entre três e 17 anos de prisão. Por outro lado, o “sujeito (não tão) oculto” daqueles eventos, Jair Bolsonaro, foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico quando ocupava a Presidência da República.

As investigações têm que continuar e punir os mandates e militares da tragédia em Brasília.  Sem esse passo – a investigação e responsabilização dos cabeças, financiadores e dos militares –, será difícil afirmar que “as instituições estão funcionando”. Veja o artigo abaixo na íntegra:

8 de janeiro: responsabilizar mandantes e militares

Decorrido um ano da tentativa de golpe bolsonarista de 8 de janeiro de 2023, representantes das instituições celebraram a defesa da democracia em um ato ocorrido em Brasília, ao mesmo tempo em que os movimentos populares realizaram manifestações em todo o país para exigir punição para os responsáveis. Em um ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 30 pessoas por participação nas invasões às sedes dos Três Poderes naquele fatídico domingo, com penas que variam entre três e 17 anos de prisão. Por outro lado, o “sujeito (não tão) oculto” daqueles eventos, Jair Bolsonaro, foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico quando ocupava a Presidência da República. 

Trata-se, sem dúvida, de uma situação auspiciosa, bem melhor do que está acontecendo nos Estados Unidos, onde Donald Trump pode voltar à Casa Branca quatro anos depois de ter incitado a turba de apoiadores para invadir o Capitólio (sede do Congresso americano) em um esforço de tentar impedir a confirmação de Joe Biden, embora o ex-presidente esteja enrolado na Justiça, respondendo a nada menos que quatro processos.

As condenações do STF e do TSE parecem caminhar no sentido de romper uma tradição política no Brasil, a de deixar impune crimes contra a democracia cometidos por expoentes da direita e da extrema direita. Há muitos exemplos dessas situações, mas é ilustrativo recordar duas delas: as revoltas de Jacareacanga (1956) e Aragarças (1959).     

Em fevereiro de 1956, oficiais da Aeronáutica inconformados com a vitória da chapa Juscelino Kubitschek-João Goulart à Presidência da República desfecharam uma rebelião em Jacareacanga (Sul do Pará). A revolta foi liderada pelo major Haroldo Veloso e pelo capitão José Chaves Lameirão, udenistas e partidários do líder da direita Carlos Lacerda. Diante da recusa da Aeronáutica em reprimir os rebelados, o governo mobilizou paraquedistas do Exército. Veloso foi preso e Lameirão se exilou na Bolívia.

Na sequência, o Congresso aprovou um projeto do governo que anistiava tanto os envolvidos em Jacareacanga quanto os participantes de outra tentativa de golpe de direita, em novembro de 1955, contra a eleição de JK. Então, menos de três anos depois, em dezembro de 1959, o mesmo Veloso – então promovido a tenente-coronel – e outro oficial de direita da FAB, o tenente-coronel João Paulo Burnier, lideraram uma nova rebelião, desta vez em Aragarças (Goiás). A revolta fracassou e seus lideres fugiram, só tendo retornado ao país durante o breve governo Jânio Quadros (1961).

Ninguém foi punido e todos os oficiais rebeldes continuaram integrados à FAB. João Paulo Burnier, como brigadeiro, protagonizaria um dos maiores escândalos da ditadura, o “caso Parasar”, em 1968, uma tentativa de cometer atentados terroristas para jogar a culpa na esquerda. Ele também foi um dos maiores torturadores do “porão” militar.  

Voltando ao nosso presente: apesar do avanço representado pelas condenações exemplares do STF e do TSE, é preciso aprofundar as investigações para que se possa chegar aos mandantes – Bolsonaro acima de todos – e, principalmente, aos financiadores da tentativa de golpe de 2023. 

E, nesse processo, não se pode esquecer que, além dos mandantes e financiadores, muitas autoridades, principalmente policiais e militares, estiveram envolvidas até o pescoço e devem ser investigadas, processadas e punidas, sem exceção. Não por acaso, o presidente Lula teve que demitir o então comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, que tentou proteger os golpistas impedindo que fossem presos. 

Sem esse passo decisivo – a investigação e responsabilização dos cabeças, financiadores e dos militares envolvidos na intentona –, será difícil afirmar que “as instituições estão funcionando” e que a democracia estará a salvo de novos sobressaltos.

Raimundo Bonfim - advogado, dundador e coordenador nacional da CMP

CMP participa de ato com 10 mil pessoas em defesa da democracia na Av. paulista

Em conjunto com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, movimentos sociais, populares e partidos políticos, a Central de Movimentos Populares (CMP) esteve nas ruas de diversas cidades do país nesta segunda-feira (8) para relembrar o primeiro ano da tentativa de golpe em Brasília, liderada pela extrema direita. Os atos ocorreram em capitais como Manaus, João Pessoa, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Em Brasília, os movimentos fizeram ato alusivo ao 8 de janeiro no domingo (7), para não coincidir com a solenidade realizada no Congresso Nacional.

Em São Paulo, a manifestação teve início por volta das 17h e, mesmo com forte chuva, reuniu cerca de 10 mil pessoas em frente ao vão Livre do Masp. Com o mote “8 de Janeiro: o Brasil se une em defesa da democracia”, os manifestantes partiram em caminhada até a Praça dos Ciclistas, na região central da cidade. O ato contou com a participação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, apoiado por Lula.

Guilherme Boulos, Raimundo Bonfim e Simão Pedro duarante ato na Av. Paulista (Foto: Elineudo Meira)

Ao longo do percurso, palavras de ordens como “democracia” e “sem anistia” foram as mais mencionadas pelas lideranças. Os movimentos também não pouparam críticas a Jair Bolsonaro, apontado pelos como o mentor da invasão das sedes dos Três Poderes. Ainda na manifestação, faixas e cartazes, além de discursos feitos no carros de som, reafirmaram a vitalidade da democracia brasileira, defenderam as instituições democráticas do país e exigiram a punição dos golpistas envolvidos na coordenação, financiamento, invasão e depredação às sedes dos Três Poderes. A mobilização em São Paulo foi convocada pelas frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, entidades na qual a CMP integra.

Militância da CMP participa de ato em defesa da democracia na paulista (Foto: Elineudo Meira)

Um dos principais coordenadores do ato, Raimundo Bonfim, também coordenador nacional da Central de Movimentos Populares, em seu discurso disse que é preciso estar sempre vigilante na defesa da democracia e diante do avanço da extrema direita. “Um dia após a invasão em Brasília (09/01/2023) os movimentos sociais e populares promoveram manifestações contra a tentativa de golpe. Queremos dizer que o Brasil se une em defesa da democracia e que nós não admitimos que aqueles que cometeram crimes não sejam penalizados. Sem anistia. A Democracia resiste. Viva a resistência do povo brasileiro” finalizou Bonfim.

Veja imagens do ato em São Paulo:

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP, defende padre Júlio Lancellotti na Folha de S. Paulo

O coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, concedeu entrevista para a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, sobre a perseguição ao padre Júlio Lancellotti. Na matéria, ele criticou a ofensiva contra o padre e rechaçou as insinuações feitas por parlamentares de que existiriam graves denúncias contra ele, cujo teor ainda não foi revelado. Veja a matéria na íntegra abaixo:

Movimentos populares e sociais fazem manifestação para marcar 8 de janeiro

As Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que promoveram manifestações pela democracia durante o governo de Jair Bolsonaro, fazem ato em várias cidades do país na próxima segunda-feira (8) para marcar um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, liderado pela extrema direita, em Brasília. Em São Paulo, a mobilização, que tem como mote “8 de Janeiro: o Brasil se une em defesa da democracia”, acontece em frente ao vão livre Masp, na Avenida Paulista, a partir das 17h.

 Além da capital paulista, Rio de Janeiro, Porto Alegre e outras cidades do país também fazem atos na segunda-feira (8). Em Brasília, a mobilização acontece no domingo (7). As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo são compostas pela Central de Movimentos Populares (CMP); Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST); Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST); União Nacional dos Estudantes (UNE), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos de mulheres, negros, entre outros.

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP e da Frente Brasil Popular, afirma que os atos são muito importantes para relembrar os ataques contra a democracia e impedir que novas tentativas de golpes aconteçam no país. “No dia 8 de janeiro completa um ano daquele triste episódio em Brasília. Não podemos esquecer essa data e, por essa razão, estamos convocando o povo brasileiro para se manifestar nas ruas e nas redes. Fica aqui o nosso convite para que participem das mobilizações nos próximos dias. Sem anistia para os golpistas, democracia sempre”, pontua Bonfim.

Ato institucional no Congresso

Ainda na segunda-feira (8), o Congresso Nacional será palco do ato institucional “Democracia Restaurada”, a partir das 15h. Diversos representantes de movimentos populares e sociais participam da solenidade que contará com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira; do Senado, Rodrigo Pacheco; do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso e; do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Confira abaixo locais e horários dos atos
– SP – São Paulo – MASP – 17h
– ⁠SP – Botucatu – Praça do Bosque – 17h30
– RJ – Cinelândia – 17h
– MG – BH – Casa do Jornalista – 16h
– ⁠RS – Porto Alegre- Sindicato dos Bancários – 17h
– ⁠DF – Brasília- Eixão 208 Norte – 07/01 – 10h
– ⁠GO – Goiás – Cepal do Setor Sul – 9H
– PB – Calçadão da Cardoso Vieira (cidade: Campina Grande)  – 09h
– PB – Parque da Lagoa (cidade: João Pessoa) – 15h
– ⁠SE- Em frente ao Bingo Palace – 8H
– ⁠CE- Fortaleza- Sindicato da construção Civil –  6h30 (a confirmar)
– ⁠PE- Recife – Monumento Tortura Nunca mais – 10H
– ⁠PR – Curitiba – Cruzamento rua XV com rua monsenhor Celso – 13h00
– MS – Campo Grande – Sinttel – 17h
– BA – Salvador – Plenário da Alba – 9h

Solidariedade da Central de Movimentos Populares (CMP) ao Padre Júlio Lancelotti

A Central de Movimentos Populares (CMP) manifesta solidariedade ao padre Júlio Lancellotti e repúdio a possível instalação da CPI das ONGs na Câmara Municipal de São Paulo. Padre Júlio Lancelotti, além de defensor incansável do povo de rua, como Jesus Servo Sofredor, sempre se coloca ao lado dos mais fracos, dos oprimidos e perseguidos.

Na pandemia da covid-19, esteve nas ruas e na Comunidade do Povo de Rua, atendendo a população mais sofrida no centro da cidade de São Paulo, na região da Cracolândia, embaixo dos viadutos, dando água a quem tem sede e pão a quem tem fome, protegendo os doentes e os que sofrem todo tipo de violência.

Padre Júlio é protetor dos sem teto, dos encortiçados, da população LGBTQI+, dos dependentes químicos e de tanta gente sofrida nesta cidade São Paulo. Por tudo isso, a ira e a raiva da extrema direita, dos fascistas e dos poderosos se viraram contra ele.

Não permitiremos que ataquem o Padre Júlio, o Projeto Nossa Senhora do Bom Parto e a Craco Resiste. Atacar o Padre Júlio é atacar também os mais pobres, os necessitados e os movimentos populares.

Vereadores que aprovaram a Revisão do Plano Diretor e a Lei de Zoneamento, em benefício da especulação imobiliária, não têm moral para perseguir o Padre Júlio e as organizações que desenvolvem um trabalho social em prol de milhares de moradores em situação de rua em São Paulo.

Força Padre Júlio, estamos com senhor. Todo o nosso apoio ao Projeto Nossa Senhora do Bom Parto e a Craco Resiste!

Central de Movimentos Populares
São Paulo 4 de janeiro de 2023

Raimundo Bonfim publica artigo no Portal 247 sobre o primeiro ano do governo Lula

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares, publicou nesta quinta-feira (28) artigo no portal 247 sobre o primeiro ano do governo Lula. No texto, ele destaca políticas públicas que deram uma guinada significativa na direção do enfrentamento as desigualdades economicas e sociais. Confira o texto na íntegra:

Breve balanço do primeiro ano do governo Lula

Após uma dura disputa eleitoral e muita comemoração da classe trabalhadora, dos movimentos populares e dos setores democráticos, o terceiro mandato de Lula iniciou sob forte pressão, marcado pela tentativa de golpe no dia 8 de Janeiro. Desde então, o país testemunhou uma reviravolta notável do ponto de vista democrático, econômicoe social e da participaçãopopular.

Neste artigo, quero destacar algumas políticas públicas anunciadas neste primeiro ano de governo Lula, que representam uma guinada significativa na direção do enfrentamento as desigualdades econômicas e sociais.

Construir uma base de apoio no Congresso não foi tarefa fácil, dada a forte oposição de setores do centro (centrão), que controla boa parte dos recursos por meio de emendas parlamentares e da extrema-direita liderada por Bolsonaro.

A primeira batalha enfrentada foi a recomposição do orçamento e a reestruturação de órgãos públicos desmontados pelo governo genocida.

Sob a liderança do presidente Lula, restauramos e demos importância política e orçamentária a diversas instituições cruciais para o desenvolvimento econômico e social do país.

A retomada dos Ministérios das Mulheres, Cultura, Igualdade Racial, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar é prova do compromisso do governo atual com políticas culturais, de igualdade de gênero, reforma agrária e combate à fome, áreas fundamentais no projeto de reconstrução do Brasil.

Lula, com apoio do movimento sindical e popular, liderou uma campanha contra os juros altos, colocando o país no caminho de uma política econômica pro-indústria, geração de emprego e investimentos, em contraposição a uma visão pró-mercado e rentista.

Medidas como a taxação das grandes fortunas e o reajuste do salário mínimo acima da inflação mostram o compromisso do presidente Lula com as camadas empobrecidas. Outra política importante foi o reajuste da tabela do Imposto de Renda que, combinada com a reforma tributária, faz com que os mais ricos paguem mais impostos e os mais pobres, menos.

O programa “Desenrola” tira a maioria da população que estava endividada do sufoco, permitindo que mais gente volte a consumir, fazendo a economia girar e, com isso, criar mais empregos e oportunidades.

Saudamos também a retomada dos programas da agricultura familiar, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Plano Safra. Eles fortalecem o acesso à crédito aos pequenos agricultores, fundamental para o combate à fome e o desenvolvimento sustentável.

Uma das principais políticas anunciadas este ano foi o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investir mais de 1 trilhão de reais em obras de infraestrutura e na área social e urbana, induzindo o desenvolvimento econômico e a geração de emprego e renda.

Logo no início do ano, o governo já reestruturou o Bolsa Família, aumentando o valor e atendendo mais gente. A retomada de programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida e o programa Mais Médicos, demonstra um compromisso inabalável com a população mais vulnerável, trazendo alívio imediato e melhorias significativas na qualidade de vida e acesso a direitos fundamentais com a moradia e a saúde.

A renegociação do Fies dá melhores condições de estabilidade financeira para quem se formou na graduação, graças aos governos petistas. Além disso, o governo está concedendo uma bolsa permanência para estudantes pobres que estão no Ensino Médio. Dessa forma, o governo garante que os jovens cheguem à universidade, se formem e ingressem no mercado de trabalho.

Outra medida para a educação básica foi o reajuste do valor da merenda escolar, que estava há seis anos com o mesmo valor, aumentando em até 39% o valor repassado por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que atende cerca de 40 milhões de crianças e adolescentes.

Em novembro, o governo anunciou que deve investir R$ 3 bilhões no Plano de Afirmação de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) no Brasil, com o objetivo de investir em formação, infraestrutura, transporte, recursos de tecnologia assistiva e pedagógicos.

A retomada das conferências e dos conselhos de participação social, juntamente com o Plano Plurianual Participativo, retoma com prioridade a participação popular na definição de políticas públicas que de fato atendam as demandas da população.

Após anos com os maiores níveis de desmatamento de nossa história, o governo do presidente Lula retomou o Fundo Amazônia e organizou um plano contra o desmatamento. Ajudou a organizar a Cúpula da Amazônia e elaborou um Plano de Transição Energética, considerando as emergências climáticas.

Em um ano de guerras, uma das principais formas de atuar do governo foi a política externa com altivez e soberania, promovendo, estimulando e defendendo a paz. Além disso, Lula tem atuado para reativar os BRICS, promovendo uma aliança entre os países emergentes no mundo.

Este primeiro ano de governo é motivo de comemoração, mas a luta continua, uma vez que a extrema direita e o fascismo continuam com força nas instituições de Estado e na sociedade. A retomada da articulação dos movimentos populares, por meio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, é crucial para enfrentar um congresso de direita e conservador e o fascismo. É preciso mobilização permanente nas ruas e nas redes em defesa da democracia, do governo e dos direitos.

As eleições municipais de 2024 representam não apenas uma oportunidade de discutir os reais problemas das cidades, como a especulação imobiliária, enchentes, moradia, saneamento, saúde, acesso à água, educação, transporte e mobilidade urbana, dentre outros, mas também de debater um projeto popular estratégico que assegure a construção de cidades justas, inclusivas e participativas, além de impedir o avanço do bolsonarismo nos municípios.

Devemos saudar este primeiro ano de governo Lula e atuar por mais avanços em 2024, especialmente no fortalecimento da relação com os movimentos sociais e populares, em um profundo processo de participação social com educação popular, capaz de alterar a correção de força em direção a valores democrático e humanos.

Iniciaremos 2024 em luta. Vamos às ruas no dia 8 de Janeiro, com lema: “O Brasil se une em defesa democracia”.

Viva o primeiro ano de governo Lula!

PS: Desejamos a todas as pessoas um 2024 com muita luta e vitórias!

CMP saúda 2023 e deseja um 2024 de conquistas

Em 2023, a Central de Movimentos Populares completou 30 anos de fundação. Foi neste período que consolidamos um ciclo de luta pela democracia, direitos e resistência contra os desmontes das políticas públicas. Saudamos a realização do histórico VII Congresso Nacional da CMP realizado, em outubro, em Salvador, na Bahia, que ampliou a nossa força em todo o território nacional, fortaleceu a organização e reforçou o papel da CMP na articulação de movimentos populares consolidando a Central como uma força política e social necessária.

No ano que vem, seguiremos juntos (as) na luta por reivindicações populares. Temos muitos desafios pela frente como sustentar o governo Lula, enfrentar o fascismo e à extrema direita, fortalecer a participação popular, lutar por mais recursos para o Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos, hortas comunitárias agroecológicas urbanas, bem como avançar nas políticas públicas para mulheres e juventude, além do combate ao racismo e apoio a cultura.

Que 2024 seja um ano de luta e muitas conquistas. Boas Festas!
Central de Movimentos Populares
23 de dezembro de 2023

CMP lança jornal online com balanço do último ciclo e perspectivas para 2024; confira!

A Central de Movimentos Populares (CMP) lança nesta quinta-feira (21) uma nova edição de seu jornal online. Com conteúdo exclusivo, o informativo nº 4 traz logo na capa uma matéria sobre os desafios das organizações populares para 2024, avaliação do governo Lula e as prioridades da CMP para o próximo período (2024/2027).

Na segunda página do jornal, há um balanço sobre o VII Congresso Nacional da CMP realizado em outubro passado em Salvador, na Bahia. O evento reuniu 500 delegados e delegadas de todo o país, ministros do governo Lula, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, além de 90 convidados. Histórico, o evento ficará marcado pela intensidade que foi realizado.

A terceira página foi reservada para os 30 anos de luta e resistência da CMP e, na contra capa do tabloide, traz ainda uma análise dos trabalhos da central no ciclo que se encerra neste ano de 2023.

Boa leitura, pessoal!