Às vésperas do Natal, cerca de 300 famílias do Banhado, em São José dos Campos, no interior de São Paulo, correm o risco de serem despejadas pela prefeitura. A disputa de mais de 10 anos entre o executivo municipal e os moradores ganhou um novo capítulo no último sábado (16), após o Tribunal de Justiça ter determinado a remoção imediata dos moradores do Jardim Nova Esperança, bairro que fica dentro do Banhado. A decisão autoriza, inclusive, o uso de reforço policial para a remoção.
Danielle Rebello, coordenadora regional da CMP do Vale do Paraíba, conta que há gerações de famílias que moram no local há mais de 100 anos. “A luta no Banhado é antiga. A região é um dos cartões postais da cidade e o mercado imobiliário tem interesse naquela área. É um espaço de preservação ambiental, mas os moradores reivindicam a terra porque moram há muito tempo no local” disse.
Após anos de briga na Justiça entre a Prefeitura de São José e os moradores do Jardim Nova Esperança, no mês passado, a Câmara Municipal aprovou uma lei proposta pelo executivo que permite ao município pagar R$ 110 mil para as famílias que aceitarem deixar o Banhado. No entanto, as cerca de 300 famílias rejeitam a proposta porque não querem deixar suas casas.
“Fizemos uma assembleia com os moradores na tarde desta segunda-feira. Os encaminhamentos foram por mobilizações na cidade contra a reintegração de posse, além da coleta de assinatura dos munícipes que apoiam as famílias no Banhado. Estamos vigilantes e mobilizados diante do histórico violento que temos em São José dos Campos com ordens de despejo. A Central de Movimentos Populares tem disponibilizado auxílio na região e, por meio da Campanha Despejo Zero, lutará pela permanência dos moradores no local”, disse Danielle.
A Defensoria Pública e as famílias do Jardim Nova Esperança vão recorrer da decisão do Tribunal de Justiça.
Veja abaixo recado de Danielle Rebello, coordenadora regional da CMP do Vale do Paraíba: